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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dependentes químicos são retirados das ruas de Vila Velha em projeto pioneiro 16 Setembro 2011.

Polícia Militar, Defesa Social e médicos participaram do primeiro dia da operação que esvaziou as cracolândias no município. Senador Magno Malta (PR/ES) auxiliou o prefeito Neucimar Fraga, já que ambos trabalham na recuperação de dependentes há muitos anos. 



Dois ônibus e várias viaturas passaram pelas principais bocas de fumo recolhendo moradores de ruas e viciados em crack que foram encaminhados para diversas comunidades terapêuticas. A Operação surpresa começou às 20 horas e só terminou na madrugada desta sexta-feira, iniciando um projeto impactante que pode ser uma referência nacional para combater a epidemia de crack que assola o país.



Para o senador Magno Malta (PR/ES), que tem apoiado o Prefeito Neucimar Fraga, no Projeto de Recolhimento de Dependentes, “não basta só retirar os viciados das valas, terrenos baldios e vias públicas, mas é preciso fazer uma ação preventiva. É importante tomar providências urgentes, como encaminhar os moradores de rua para as comunidades terapêuticas, mas não é o suficiente para erradicar o crack do município”, explicou.
O primeiro passo do Projeto foi convocar as lideranças religiosas de Vila Velha e cada denominação assumiu a responsabilidade de adotar dependentes. Em seguida, com força policial, começou a retirada voluntária. Mais de 50 dependentes, debilitados e necessitando de assistência médica, passaram por uma triagem e conduzidos para um das 10 comunidades terapêuticas de Vila Velha e Viana.

R.P, de 16 anos, dopado, faminto e necessitando de cuidados básicos de higiene pediu socorro e quis ser assistido pela equipe liderada pelo secretário de Defesa Social, Ledir Porto. “Não suporto mais esta vida na rua, preciso tomar banho, dormir e parar de fumar. Quero voltar limpo para minha família” clamou o jovem que estava em visível estado de desequilíbrio emocional.

A Polícia Militar agiu nos pontos negros do tráfico e lotou dois ônibus. Os dependentes foram conduzidos para uma escola da rede pública municipal, que tinha toda uma estrutura preparada para atendimento nas diversas áreas. A maioria chegava exaltada, nervosa e agitada, mas depois de um lanche foram entrevistados pelo serviço social e optaram pelo tratamento de desintoxicação nas comunidades terapêuticas.

Para Ledir Porto, o projeto inédito de iniciativa da Prefeitura de Vila Velha tem tudo para ser aplicado em todo o Brasil, mas é necessário também fazer uma ação preventiva para evitar o retorno dos viciados para ruas. “Senador Magno Malta é a maior autoridade nacional nesta área, já atua há mais de 30 anos e recuperou muitos homens, Ele está auxiliando diretamente o prefeito Neucimar Fraga nas ações sociais que visam resgatar o cidadão e estruturar a família. Magno e Neucimar são irmãos, amigos e defendem a mesma bandeira social", lembrou Ledir, que também tem uma rica história de vida na recuperação de usuários de drogas.

A escola Luiz Malizeck, em Vila Velha, ficou pequena para receber moradores de rua de todas as idades e com os mais diversos problemas. Roberto Silva, que desconhece a própria idade, sofre de epilepsia e precisa de medicamentos. Antônio Borges, de 49 anos, alcoólatra, tem fortes dores no abdômen. Assim, cada viciado era recebido por especialistas e tratado com carinho. A própria Polícia Militar não usou de violência e apenas manteve a ordem.

Antes do início da operação o prefeito Neucimar Fraga comandou na prefeitura uma reunião para traçar com o secretário Ledir Porto todos os detalhes. ”É uma trabalho difícil, vamos diminuir muito o consumo, mas tenho a consciência de que para erradicar o crack é preciso de ações preventivas, Hoje realizamos procedimento curativo muito importante, mas temos que continuar para manter os dependentes cada vez mais longe deste veneno”, disse o prefeito Neucimar Fraga.

A maioria dos viciados não nega a dificuldade para iniciar a transformação de vida. A realidade é dramática. Jovens, homens e mulheres, trocam a tranqüilidade do lar por pedras de crack deixando família e filhos abandonados. O pedreiro A.M, de 31 anos, comprou uma pedra na terça-feira e ficou fora de casa todos estes dias, deixando mulher e filhas sem alimentos. “Isto não é vida, é um inferno, peço socorro, quero largar esta droga, mas não consigo”, relatou chorando.
Fonte: Assessoria de Imprensa

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