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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Magno Malta:” Deus não criou a cultura, criou a vida”

O jornalista australiano Paul Raffaele, por indicação do senador Magno Malta (PR/ES), manifestou indignação, em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH) com o que chamou de “tolerância do governo brasileiro à prática do infanticídio em tribos indígenas isoladas”.




Magno Malta assistiu o documentário

Senador Magno Malta em busca de esclarecer  denúncias de infanticídio no Sudoeste do Amazonas, convidou o jornalista Paul Rafeale, autor de um documentário exibido em diversos países, que constatou que índios Suruwahás incentivam o assassinato de recém-nascidos deficientes ou filhos de mães solteiras, por acreditarem que são maus espíritos.

Raffaele conviveu com os Suruwahás durante cerca de duas semanas para produzir o documentário Amazon’s Ancient Tribe – First Contact. O jornalista afirmou que a Fundação Nacional do Índio (Funai), e consequentemente o governo brasileiro, faz vista grossa à prática e que essa tolerância escapa de sua compreensão. “O departamento está cheio de antropólogos que querem proteger a pureza cultural dos índios, mesmo quando isso envolve enterrar bebês vivos ou abandoná-los na floresta para serem comidos vivos por onças e outras feras”, destacou.

Questionado pelo senador Magno Malta, o jornalista discordou da política da Funai de tentar manter tribos indígenas isoladas do resto da sociedade. Segundo ele, ao agirem assim, concordam e aprovam com uma das piores violações aos direitos humanos em todo o mundo. “Não consigo entender por que não há, no Brasil, uma grande discussão a respeito do assunto. Como o povo brasileiro aceita as regras desses antropólogos? Não conheço nenhum outro país no mundo que aceite crianças enterradas vivas”, ressaltou.

O jornalista, que trabalha há cerca de 50 anos visitando tribos isoladas, disse que, na maioria dos locais em que esteve, os jovens queriam ter contato com o mundo externo para buscar formação educacional e conhecimento. Raffaele afirmou que a Funai desencoraja esse tipo de atitude e incentiva os índios a permanecer na “Idade da Pedra”. “Eles não perguntam o que os índios, principalmente os jovens, querem. Eles dizem a esses jovens o que devem fazer. Fecham as tribos no que eu chamo de museu antropológico vivo”, disse.

Raffaele lembrou que membros da Funai e do governo brasileiro negam que ainda haja assassinato de bebês e crianças em tribos indígenas, mas ressaltou que existem provas contundentes que comprovam a prática, especialmente entre tribos mais isoladas. “Não estou falando de algo que aconteceu há séculos. Pode ter acontecido ontem e acontecer amanhã. Está na hora de o governo brasileiro ficar do lado de todas as suas crianças e não apenas daquelas não indígenas”, disse.

O senador Magno Malta (PR-ES), autor do requerimento da audiência, criticou a posição dos que defendem o ato como uma prática cultural. Ele disse acreditar que a cultura é sempre menor do que a vida e que não há justificativa para qualquer tipo de defesa à morte. “Deus não criou a cultura, criou a vida”, destacou.

Representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do Ministério Público e parlamentares presentes à Audiência ressaltaram a importância do tema e afirmaram que debaterão o assunto dentro dos órgãos, para que possam ser desenvolvidos projetos que levem mais cidadania às comunidades indígenas isoladas.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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